Mistério do Natal

“Concebido pelo poder do Espírito Santo”.

A anunciação a Maria inaugura a plenitude dos tempos. Isso é o cumprimento das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele que habitará corporalmente a plenitude da divindade. A resposta divina a sua pergunta, “como se fará isso se não conheço homem algum”, é dada pelo poder do Espírito Santo: “O Espírito Santo virá sobre ti!” (Lc, 1, 35).
O Espírito Santo é enviado para santificar o ventre da Virgem Maria e fecundá-la divinamente. Ele, que é o Senhor da vida, fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua. A fé católica acerca de Maria, funda-se no que ela crê acerca de Jesus Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, a sua fé em Jesus Cristo. Deus enviou seu filho para formar-lhe um corpo, quis a livre cooperação de uma criatura e o nome da Virgem era Maria (Lc 1, 26s). O Verbo se fez carne para que assim conhecêssemos o amor de Deus. A nossa natureza estava doente, precisava ser curada, era preciso restituí-la. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer à luz; cativos, salvar-nos, reconciliando-nos com Deus. Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação dos nossos pecados (I Jo 4, 10). O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo (I Jo 4, 14). Ele apareceu para tirar os pecados (I Jo 3, 5). O Verbo se fez carne para nos tornar participantes da natureza divina. Pois essa é a razão pela qual o Verbo se fez homem: entrando em comunhão com o Verbo e recebendo a filiação divina, se torne filho de Deus. A vinda do Filho de Deus a Terra é um acontecimento de infinita misericórdia, de tal imensidão que nós, homens, dotados pela vontade de Deus com uma inteligência limitada, não podermos compreender tamanha grandeza.
Por isso que São Francisco se isolava nos bosques e nas grutas para, longe do ruído dos homens, aprofundarem-se na essência dos mistérios. Por sua vivência, por seu espírito verdadeiramente em sintonia com Deus e com a natureza e sua profunda santidade é que podia exclamar com muita propriedade e verdade: “o Amor não é amado, o Amor não é amado”.
São Francisco no auge de sua contemplação pode imaginar e rever o mistério do nascimento de Jesus menino, em um presépio vivo, na mais extrema pobreza, e de uma família pobre. E as primeiras testemunhas deste acontecimento são pessoas simples e pobres: pastores. E é nessa pobreza que se manifesta a glória de Deus. O anjo do Senhor disse: “Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria: nasceu-vos, hoje, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos serve de sinal: encontrareis um menino envolto em faixas e deitado numa manjedoura”. Uniu-se ao anjo grande multidão celeste, que louvavam a Deus cantando: “Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na Terra aos homens de boa vontade” (Lc 2, 10)

PAZ e BEM!
José Germano Fuck.

eusebio@ssp.sc.gov.b

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